quarta-feira, 22 de junho de 2011

PM que matou 3 em Munhoz de Melo tinha rixa com uma das vítimas

Um suposto confronto com um soldado do 4º Batalhão de Polícia Militar (BPM), de Maringá, terminou com três homens mortos a tiros, ontem de madrugada, em Munhoz de Mello – 45 quilômetros de Maringá. Foi o maior número de mortes em uma única ocorrência registrada em toda história do município, que possui 3.672 habitantes .
Segundo a versão oficial, o confronto aconteceu por volta das 4 horas, depois de o soldado Zeferino Pozzonofe, 44 anos, ser alertado sobre um carro Logus, ocupado por três homens suspeitos, que trafegava pelo Centro da cidade. Apesar de estar sozinho no plantão, o soldado saiu para checar a informação e abordou o veículo ao lado da praça da Igreja Matriz.
De acordo com o PM, os três ocupantes teriam descido do carro, dois deles armados de facas, e tentado atacá-lo. Numa reação rápida, o soldado sacou a pistola .40 e efetuou vários disparos contra os agressores, que tombaram mortos. Logo em seguida, o PM acionou o destacamento da PM de Santa Fé, e comunicou o ocorrido.Com a chegada de outras equipes da PM e dois policiais civis, as duas facas que teriam sido utilizadas pelas vítimas foram apreendidas, além de quatro cartuchos intactos calibre .22 e como uma pequena porção de cocaína, que estavam dentro do veículo.
Na rua, foram recolhidos 20 cápsulas deflagradas calibre .40. Como reclamava de dores nos braços, Pozzonofe foi encaminhado ao Hospital Metropolitano, em Sarandi, onde foi medicado.
As vítimas foram identificadas como Jilmar José dos Santos, 32 anos; Agnaldo Rodrigues, 25 anos, ambos residentes em Munhoz de Mello, e João Luiz Duarte, 49 anos, morador de Ivatuba.
Roberto Silva
Porção de cocaína, facas e cartuchos apreendidos pela Polícia Civil
Rumores
O dia de ontem a foi de rumores na pacata Munhoz de Mello. Entre algumas conversas ouvidas pela reportagem, consta que um grupo de jovens, que estava na esquina da praça, teria presenciado o momento em que o soldado abordou o carro e deu ordens para que os três ocupantes deitassem no asfalto, com as mãos na cabeça.
"Não houve briga. Ninguém tentou arma de ninguém. Isso é mentira", desabafou uma jovem que se identificou apenas como prima de Santos.
"Como pode um PM, durante uma luta, disparar 20 tiros e acertar apenas o peito e cabeça de três pessoas?", desabafou ela, frisando que o soldado Pozzonofe já havia jurado que mataria Santos e outros quatro jovens da cidade. "Ele cumpriu o prometido", concluiu.
A versão do soldado será confrontada com as informações da perícia -- como posição dos agressores e direção dos disparos.

Passo a passo
  • O inquérito que vai apurar o suposto confronto tramitará na comarca de Santa Fé.
  • Um inquéritopolicial militar (IPM) vai levantar as circunstâncias do caso e a conduta do policial.
  • Laudos do IML e da Polícia Científica poderão confirmar, ou não, a versão apresentada pelo soldado.

Quem morreu

Jilmar José dos
Santos, 32 anos,
era desempregado,
casado e respondia
cinco processos e dois
inquéritos por tentativa
de homicídio e
estelionato em Santa
Fé e Paranavaí. Sua
última prisão ocorreu
na sexta-feira passada
(17) por direção
perigosa.
Agnaldo Rodrigues,
25 anos,
era desempregado,
solteiro e respondia
quatro processos e um
inquérito por estelionato.
A Polícia Militar diz que
Rodrigues era suspeito
de furtar dinheiro de
aposentados, mas não
há denúncia formalizada
contra ele.
João Luiz Duarte,
49 anos, 
era casado,
caminhoneiro e residia
em Ivatuba. Ele não
tinha antecedente
criminal e costumava
ir a Munhoz de Mello
para visitar o pai, que
é aposentado. Era
dele o veículo Logus
abordado pelo soldado.

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