quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Imóveis em locais sem asfalto serão financiados

Imóveis construídos em locais sem infraestrutura básica, como asfalto, já podem ser financiados pela Caixa Econômica Federal, pelo Programa Minha Casa, Minha Vida. A medida, fixada por meio de uma portaria do Ministério das Cidades no mês passado, era uma das reivindicações de construtores e compradores de regiões com carência de infraestrutura, como Sarandi.
No município, os jardins Bom Pastor, Universal e Independência são as novas fronteiras imobiliárias, mas sequer têm previsão de serem asfaltados. "A região tem cerca de 300 lotes, que seriam leiloados por falta de interesse. Com a novidade, esses locais passarão por uma verdadeira revolução", diz o construtor Valdir Rossi.
Ele afirma que regiões abandonadas, utilizadas por usuários e traficantes de drogas, começam a reagir aos efeitos da portaria e a apresentar sinais de urbanização.
Rossi afirma que os locais sem asfalto são justamente os que concentram o público mais carente de habitação, pois nas outras áreas da cidade, o preço é proibitivo. "Esse público só pode financiar imóvel com valor de R$ 80 mil. Fora do Minha Casa, essas pessoas não teriam acesso à moradia", avalia.
É o caso do armador Natalino Rodrigues, 42 anos, que acaba de financiar um imóvel de R$ 71 mil no Jardim Universal, onde não há asfalto. Ele procurou a Caixa assim que a portaria foi publicada. Agora terá 25 anos para pagar o imóvel.
"Quando o asfalto sair, daqui a dois anos ou mais, esse imóvel vai valer mais de R$ 100 mil", projeta. Ele se prepara para mudar para o novo lar no sábado. "Ter a casa própria é um sonho realizado", comemora.
De acordo com a Superintendência Regional Noroeste da Caixa, a nova regra não significa, de forma alguma, a permissão para produção em áreas não dotadas de infraestrutura básica e, muito menos, flexibilização quanto à qualidade e segurança dos imóveis.
Divulgação
Natalino Rodrigues pagou R$ 71 mil pelo novo lar e terá 25 anos para quitar o financiamento da Caixa
Para os empreendimentos habitacionais, como conjuntos de casas populares com 12 ou mais unidades contíguas, mantém-se a exigência da pavimentação das vias internas.
Já no caso de unidades individuais, não caracterizadas como empreendimentos habitacionais e que tenham sido feitas com recursos próprios de construtores (fora do Minha Casa), a Caixa admite ao comprador o financiamento das unidades não providas de pavimentação, desde que as vias sejam seguras e transitáveis.
Para esses imóveis, são mantidas exigências como existência de vias de acesso e de circulação segura e transitável, comprovação técnica ou declaração do município de que o terreno está inserido na malha urbana, existência de responsável técnico (ART), mesmo naquele caso em que esta exigência é dispensada pela prefeitura, memorial descritivo, em modelo-padrão Caixa e laudo de vistoria específico, com foco em itens essenciais de qualidade e segurança. A Caixa cobra ainda uma cartilha de orientação ao adquirente e uma declaração de ciência quanto às condições de infraestrutura do imóvel.
Nova faixa de renda
A Caixa aumentou a faixa de renda familiar máxima para a compra de imóveis usados e novos, incluindo os da Minha Casa, Minha Vida, e para a aquisição de terrenos e material de construção, pelo sistema de carta de crédito, com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que cobra juros de até 8,16% ao ano mais TR (taxa referencial). A renda máxima, que antes era de R$ 3.900 saltou para R$ 5.400. Para o Minha Casa, a renda passou a ser de R$ 5 mil. O aumento é válido dentro dos municípios integrantes de região metropolitana ou equivalente dos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além das capitais estaduais, ou municípios com população igual ou superior a 250 mil habitantes.

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