O segurança admite que, se fosse ficar com o seu carro antigo, ano 2001, que registrava mais de 50 mil quilômetros rodados, provavelmente teria de gastar cerca de R$ 3 mil para fazer um conserto ali e outro reparo aqui. "Para mim foi vantagem. Estou com um carro zero na garagem e nem precisei correr atrás de emplacamento", conta Israel Teixeira.
Já não é nenhuma novidade que veículos são bens de consumo e não investimentos. É tirar da concessionária e já sentir a desvalorização. Em contrapartida, ter um carro zero, algo cada vez mais acessível à população, é uma decisão recheada de compensações, sendo uma das principais a garantia de que, em tese, por um bom tempo, o dono não terá dor de cabeça com manutenções.
Douglas Marçal
O segurança Israel contente da vida ao lado do seu carro praticamente zerado: "um bom negócio"
O economista Antonio Agenor Denardi, professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membro do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), explica que são dois os principais motivos que impedem os veículos de serem reservas de valor: o desgaste físico e a obsolescência.
Zero é bom
"Pode-se andar em torno
de três anos com um carro
zero sem problemas mecânicos"
Antonio Agenor Denardi
Economista e professor da UEM
"Carro não é reserva de valor. Perde valor tanto pela depreciação natural como também pelo avanço tecnológico. A cada ano lançam um modelo mais ‘inovador’ tecnologicamente. Por volta de abril do ano atual, grande parte das marcas já lança os modelos do próximo ano", afirma Denardi."Pode-se andar em torno
de três anos com um carro
zero sem problemas mecânicos"
Antonio Agenor Denardi
Economista e professor da UEM
Para o economista, quem compra um zero quilômetro certamente terá um carro bom e longe de problemas por três, quatro anos ou mais. "Pode-se andar em torno de três anos com um carro zero sem problemas mecânicos. O prazo economicamente interessante é de três ou quatro anos de uso. É preciso levar em conta o prazo de garantia das concessionárias e ficar de olho nos preços de mercado", recomenda.
Não só zero
Para Denardi, o momento também é favorável para a compra de carros seminovos, que, claro, estejam conservados e com pouca rodagem. Segundo o economista, essa opção é mais recomendada para quem não usa tanto o carro no dia a dia. "Você compra um carro com dois ou três anos de uso que tem condição de atender por muito tempo, sem gastos com oficina".
- Uma série de fatores contribui para uma possível desvalorização do veículo. Alguns desses fatores são inevitáveis, afinal de contas vivemos sob a égide da lei da oferta e da procura. Outros fatores, no entanto, dependem das atitudes e escolhas do proprietário do carro.
- A cor da moda é o branco, mas carros pratas ou pretos sempre são mais fáceis de vender. Cores gritantes não desvalorizam o carro, mas certamente dificultam nahora da venda.
- Quanto mais alto é o valor do carro, maior pode ser o valor de desvalorização. O dono de um carro que custa R$ 100 mil perderá R$ 20 mil se o veículo desvalorizar 20%. Já o dono de um carro que custa R$ 30 mil perderá R$ 6 mil com a mesma suposta taxa de desvalorização.
- Carros de marcas tradicionais e que possuem fábrica no Brasil costumam se desvalorizar menos. Mas grande parte das marcas importadas vindas inclusive de fora, da Europa e dos EUA, também já tem fábrica no Brasil.
- Evite tirar a originalidade do veículo. Um insufilm ou outro acessório até vai, mas mexer no motor e na suspensão do carro, para dar mais potência ou rebaixar, podem desvalorizá-lo.
- O cuidado deve ser grande com o ar-condicionado que não vem de fábrica. Se o serviço não for bem feito, pode até influenciar no pleno funcionamento do motor e, claro, desvalorizar também o veículo.
- Carro batido perde valor na mercadoria.
- Tem público para tudo. Carros completos são mais procurados, mas carros
- sem muitos opcionais também são vendidos facilmente para quem quer pagar mais barato pelo veículo.
- Cuide sempre do seu carro! Na hora de vender, os conservados levam vantagem.
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