domingo, 11 de setembro de 2011

Saiba o que acelera a desvalorização do seu carro

O segurança Israel Sampaio Teixeira está contente da vida. Com um carro praticamente zerado na garagem, comemora o que ele considera ter sido um ótimo negócio. Comprou um compacto ano e modelo 2011, com apenas quatro mil quilômetros rodados, por R$ 31 mil. Para tirar o mesmo veículo da concessionária gastaria pelo menos R$ 34 mil.

O segurança admite que, se fosse ficar com o seu carro antigo, ano 2001, que registrava mais de 50 mil quilômetros rodados, provavelmente teria de gastar cerca de R$ 3 mil para fazer um conserto ali e outro reparo aqui. "Para mim foi vantagem. Estou com um carro zero na garagem e nem precisei correr atrás de emplacamento", conta Israel Teixeira.

Já não é nenhuma novidade que veículos são bens de consumo e não investimentos. É tirar da concessionária e já sentir a desvalorização. Em contrapartida, ter um carro zero, algo cada vez mais acessível à população, é uma decisão recheada de compensações, sendo uma das principais a garantia de que, em tese, por um bom tempo, o dono não terá dor de cabeça com manutenções.
Douglas Marçal
O segurança Israel contente da vida ao lado do seu carro praticamente zerado: "um bom negócio"
Bem de consumo
O economista Antonio Agenor Denardi, professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e membro do Conselho Federal de Economia (Cofecon) e Conselho Regional de Economia do Paraná (Corecon-PR), explica que são dois os principais motivos que impedem os veículos de serem reservas de valor: o desgaste físico e a obsolescência.

Zero é bom
"Pode-se andar em torno
de três anos com um carro
zero sem problemas mecânicos"
Antonio Agenor Denardi
Economista e professor da UEM
"Carro não é reserva de valor. Perde valor tanto pela depreciação natural como também pelo avanço tecnológico. A cada ano lançam um modelo mais ‘inovador’ tecnologicamente. Por volta de abril do ano atual, grande parte das marcas já lança os modelos do próximo ano", afirma Denardi.

Três anos com o carro
Para o economista, quem compra um zero quilômetro certamente terá um carro bom e longe de problemas por três, quatro anos ou mais. "Pode-se andar em torno de três anos com um carro zero sem problemas mecânicos. O prazo economicamente interessante é de três ou quatro anos de uso. É preciso levar em conta o prazo de garantia das concessionárias e ficar de olho nos preços de mercado", recomenda.

Não só zero
Para Denardi, o momento também é favorável para a compra de carros seminovos, que, claro, estejam conservados e com pouca rodagem. Segundo o economista, essa opção é mais recomendada para quem não usa tanto o carro no dia a dia. "Você compra um carro com dois ou três anos de uso que tem condição de atender por muito tempo, sem gastos com oficina".
O Dono pode evitar a desvalorização
  • Uma série de fatores contribui para uma possível desvalorização do veículo. Alguns desses fatores são inevitáveis, afinal de contas vivemos sob a égide da lei da oferta e da procura. Outros fatores, no entanto, dependem das atitudes e escolhas do proprietário do carro.
  • A cor da moda é o branco, mas carros pratas ou pretos sempre são mais fáceis de vender. Cores gritantes não desvalorizam o carro, mas certamente dificultam nahora da venda.
  • Quanto mais alto é o valor do carro, maior pode ser o valor de desvalorização. O dono de um carro que custa R$ 100 mil perderá R$ 20 mil se o veículo desvalorizar 20%. Já o dono de um carro que custa R$ 30 mil perderá R$ 6 mil com a mesma suposta taxa de desvalorização.
  • Carros de marcas tradicionais e que possuem fábrica no Brasil costumam se desvalorizar menos. Mas grande parte das marcas importadas vindas inclusive de fora, da Europa e dos EUA, também já tem fábrica no Brasil.
  • Evite tirar a originalidade do veículo. Um insufilm ou outro acessório até vai, mas mexer no motor e na suspensão do carro, para dar mais potência ou rebaixar, podem desvalorizá-lo.
  • O cuidado deve ser grande com o ar-condicionado que não vem de fábrica. Se o serviço não for bem feito, pode até influenciar no pleno funcionamento do motor e, claro, desvalorizar também o veículo.
  • Carro batido perde valor na mercadoria.
  • Tem público para tudo. Carros completos são mais procurados, mas carros
  • sem muitos opcionais também são vendidos facilmente para quem quer pagar mais barato pelo veículo.
  • Cuide sempre do seu carro! Na hora de vender, os conservados levam vantagem.

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