sábado, 3 de setembro de 2011

Obra no HU de Maringá está parada desde julho

As obras do bloco administrativo do Hospital Universitário (HU) de Maringá estão paradas. A última vez que operários estiveram no canteiro de obras foi no dia 16 de julho. De lá para cá, nada mais avançou.
A conclusão do bloco administrativo vai permitir que o hospital ganhe mais 30 leitos. A ideia é que a área onde hoje funciona a administração seja reformada e se transforme em enfermaria. Com isso, toda a parte administrativa do HU – superintendência, diretoria, jurídico, faturamento, compras e contabilidade – migraria para o novo prédio.
O bloco tem quatro pavimentos e 2.656 metros quadrados. A construção começou em 2009 e o prédio deveria estar pronto em novembro do ano passado. A empreiteira vencedora da licitação foi a maringaense Pedroni Junior Construtora Ltda., com sede na Avenida Brasil.
O prefeito do câmpus da UEM, Igor Botelho Valques, explica que, no ano passado, a empresa pediu um aditivo de prazo até julho. "Eles [os engenheiros da construtora] alegaram que precisariam de mais prazo em função da chuva e das dificuldades com a fundação, já que o prédio está sendo feito em cima de um já existente". O HU acatou o pedido.
Divulgação
Obra foi orçada em R$ 1,770 milhão, pagos com recursos do hospital

Mais prazo
Em junho passado, um mês antes da prorrogação expirar, a construtora pediu novo aditivo de prazo. "Eles alegaram os mesmos motivos do primeiro aditivo", afirma o engenheiro civil da universidade, Ricardo Roberto Botter. "Dissemos a eles [empresa] que tinham que pedir [novo prazo] argumentando outros fatos, mas não apresentaram", completa.
O engenheiro civil detalha que a empreiteira venceu a licitação para fazer a primeira etapa da obra, que abrange fundação e alvenaria, incluindo chapisco e reboco, mas só cumpriu 80% do contrato. Ficaram pendentes parte do chapisco e do reboco, finalização da cobertura e do poço do elevador – o equivalente a R$ 285 mil.
A obra foi orçada em R$ 1.770 milhão, pagos com dinheiro do próprio hospital. "O que sabemos é que a empresa não cumpriu o prazo dado pelo aditivo e está inadimplente conosco", afirma Valques. O HU já notificou a empresa do descumprimento do prazo.


Segunda etapa
A segunda fase da obra, em que serão colocados pisos, azulejos, esquadrias, vidros e feita pintura, será paga com dinheiro do governo estadual. Em visita a Maringá em março, o secretário estadual de Saúde, Michele Caputo Neto, anunciou a liberação de R$ 2,2 milhões para o HU para o término do bloco administrativo.
A primeira parcela do dinheiro foi liberada no mês seguinte. Até agora, duas parcelas – de um total de sete – já estão na conta do hospital.
"Tínhamos o compromisso [com Caputo Neto] de em 9 meses [até dezembro deste ano] o bloco estar concluído. Se [a obra] estivesse correndo bem, não haveria problemas", diz o prefeito do câmpus.
Diante do impasse, a administração do hospital está preparando o projeto para licitar a segunda etapa da obra e incluir no edital o restante dos serviços não efetuados pela construtora maringaense.
Para o superintendente do HU, José Carlos Amador, o prejuízo da paralisação da obra é de toda a população. "Eu preciso dessa área para liberar os leitos. As obras do HU têm finalidade social e toda vez que se alega um motivo para não cumprir os prazos um funcionário ou vizinho deixa de ter atendimento. Estamos torcendo para que isso se resolva porque o governo fez a parte dele. Nós pedimos o dinheiro e o Estado cumpriu 100% do que prometeu".
O Diário entrou em contato, por telefone, na tarde de sexta-feira com a construtura, mas o engenheiro responsável pela obra não estava na empresa.
Três perguntas
João Waldecir Scramim >> Novo presidente do Conselho Municipal de Saúde
O Diário - Qual será o foco do trabalho do senhor daqui para a frente?
O foco do trabalho vai ser na atenção básica. Ainda ontem [terça-feira], ao assumir a presidência do Conselho, citei a história da Bíblia, do profeta Daniel. Nabucodonosor sonhou com uma grande estátua com cabeça de ouro, peito de prata, pernas de bronze e pés de barro. Comparei a administração da saúde em Maringá à cabeça de ouro, a equipe do secretário Nardi (Antônio Carlos Nardi, secretário muncipal de Saúde) à prata e a atenção básica aos pés de barro. Falta o aperfeiçoamento da atenção.

O Diário - Quais os principais desafios da saúde em Maringá?
A falha pessoal na atenção básica. O Programa Saúde da Família precisa de capacitação. A atenção básica é preocupação também do Ministério da Saúde e nessa gestão queremos a valorização dos conselhos locais das unidades básicas de saúde. Faremos visitas em todas elas.

O Diário - Qual a opinião do senhor sobre o pacto da ortopedia em Maringá?
Um novo pacto é o caminho, mas quero ver se as partes vão apresentar soluções. Estive na audiência da CPI dos Leitos do SUS [ocorrida há uma semana que reuniu hospitais, Secretaria Municipal de Saúde e 15ª Regional] e percebi que existe jogo de vaidade entre os prestadores. Os deputados querem uma solução e o Conselho vai acompanhar.

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