domingo, 4 de setembro de 2011

Mais de 200 empresas estão na fila para conseguir terrenos em Maringá

Maringá tem para 2030 um ambicioso projeto de parque tecnológico, batizado de Tecnoparque. Enquanto isso, 202 empresas, quase todas da cidade, aguardam hoje um terreno para expandir seus negócios. A fila cresceu 192% em dois anos – havia 69 à espera em 2009.
As atividades empresariais no aguardo por lotes são menos glamourosas do que as projetadas para as próximas décadas. A maior parte corresponde aos setores têxtil, de metalurgia e da construção civil. Do total de 19 loteamentos industriais, o mais recente é dos anos 90.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Valter Viana, diz que não há previsão de quando serão disponibilizados novos lotes. "Nós não temos terrenos hoje [para indústrias] em Maringá. O prefeito desapropriou uma área [para um lotamento], mas não posso dizer como está, não tem prazo".
No final da Avenida Lucílio de Held, no Jardim Alvorada, as máquinas de bordado de Ednelson Fernando trabalham 24 horas. Ele aguarda há três anos a liberação de um terreno de 300 metros quadrados pelo Programa de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Prodem). É o pedido de menor tamanho entre os 202 empresários à espera dos benefícios do programa.
"Os pedidos não param de aumentar. Um barracão de 300 metros resolveria tudo e daria para contratar mais gente", diz o empresário, que emprega hoje 24 funcionários divididos em três turnos, em duas portas alugadas.
Também na fila de espera, o empresário Mauro Valek está entre aqueles que devem repensar a ideia de se manter em Maringá. Ele tem uma distribuidora de alimentos em um barracão alugado, de 600 metros quadrados, no Jardim Copacabana.
Em 26 de outubro de 2007, Valek protocolou na prefeitura o interesse na aquisição de um terreno de 2,5 mil metros quadrados. "Quero colocar mais uma câmara fria e o barracão não comporta. Seria bom se o poder público também olhasse para os pequenos e médios empresários".
Rafael Silva
Na firma de Ednelson Fernando, falta espaço para expandir; lote de 300 m² resolveria os problemas
Tamanho
A soma das áreas solicitadas pelas 202 empresas que aguardam por lotes industriais em Maringá é equivalente a 160 campos de futebol. São 66 alqueires, área de tamanho próximo ao projetado para o parque tecnológico, de 77 alqueires.
As solicitações vão desde os 300 metros quadrados, solicitados pelo fabricante de bordados do Jardim Alvorada, até 196 mil metros quadrados, pleiteados por um abatedouro de aves desde fevereiro do ano passado.
Jefferson Cordeiro Assoni, dono de uma gráfica na Avenida Colombo, é outro que não tem mais para onde crescer. "Construí até um mezanino para aumentar a produção, mas é gambiarra, não é o ideal", diz.
Ele protocolou o interesse em um terreno de 2 mil metros quadrados em dezembro de 2006. "Eu queria comprar uma coladeira de caixinhas, mas ela tem 14 metros de comprimento. Hoje é impossível nesse espaço", conta. "Nem fui mais na prefeitura, perdi as esperanças".

Valorizada
A secretária-executiva do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Maringá (Codem), LMárcia Santin, diz que a estrutura da cidade tem despertado o interesse de empresas de fora.
"Atraídos por fatores como educação, transporte aéreo, rodoviário, segurança, planejamento urbano, incentivos fiscais, dentre outros, Maringá tem sido procurada para a instalação de empresas de vários segmentos e tamanhos", afirma.
Márcia acrescenta que a região também tem estrutura adequada para a atração de empreendimentos. "Além da cidade de Maringá, é importante lembrar das cidades da nossa região, que também dispõem de parques industriais com infraestrutura e incentivos fiscais. Isso demonstra planejamento e organização não só de Maringá, mas de toda a região para a atração de novas empresas", diz.
Saiba +
O Prodem foi criado pela Prefeitura de Maringá para fomentar a expansão de empreendimentos existentes e atrair novos empreendimentos para o município. O programa prevê subsídios de até 90% para aquisição de um terreno

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