A polícia interrompeu por volta das 23h desta segunda-feira (12) as negociações com os presos rebelados da Casa de Custódia de Maringá. A rebelião teve início por volta das 12h30. Mais de 400 detentos integram a ação, que começou com 20 presos na galeria 2. Um agente penitenciário é mantido refém desde o início do motim. No meio da tarde detentos também foram feitos reféns, porém o número não foi revelado.
Os rebelados cobram mais agilidade nos processos de pedido de liberdade na Justiça em Maringá e solicitam a transferência de presos da unidade para outras penitenciárias do Paraná e de outros Estados. No início da noite, os cerca de 200 presos que estavam no telhado da Casa de Custódia hastearam uma bandeira do Primeiro Comando da Capital (PCC) e, aos gritos, reclamaram do tratamento recebido pelos agentes da unidade. Uma lista com 39 nomes de presos a serem transferidos foi entregue às autoridades - 8 deles queriam ser transferidos para a Penitenciária de Londrina.
A intenção da PM era iniciar a remoção de presos ainda esta noite para tanto foi solicitado que os 39 presos fossem levados até o solário. Os rebelados recuaram após pedirem agilidade nas transferências e pediram que a remoção fosse feita na manhã de terça-feira (13). Por volta das 23h, o capitão Radamés, que está no comando das negociações, que devem ser retomadas pela manhã.
O pedido para agilizar as transferências ocorreu após a chegada, por volta das 19h40, da Tropa de Choque do 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina. Ao perceberem a chegada do reforço policial, os rebelados questionaram o porquê da presença de policiais com submetralhadoras.
Além da Tropa de Choque de Londrina, policiais do 8º BPM de Paranavaí, do 11º BPM de Campo Mourão e da 5ª Companhia da Polícia Militar de Umuarama estão em Maringá para dar apoio ao efetivo do 4º BPM. Equipes de Cascavel e Foz do Iguaçu também estão sendo deslocadas.
Por precaução, a Casa de Custódia foi cercada por policiais em um raio de 100 metros. A operação envolve mais de 100 homens. A ameaça de uma fuga em massa preocupa as autoridades, principalmente após a PM ter recebido a informação de que os presos estariam confeccionando "teresas" (cordas feitas com lençóis e roupas).
Uma equipe especializada em negociação de Curitiba ainda é aguardada em Maringá. Os negociadores estão vindo de helicóptero. A água e a energia elétrica foram cortadas no prédio da Casa de Custódia.
Barril de pólvora
A rebelião, que inicialmente começou com cerca de 20 detentos por volta das 12h30, se espalhou rapidamente. O movimento seria liderado por Maico de Souza Moretti, 25 anos, conhecido pela PM pelo codinome "Guerreiro". O detento de Paranavaí cumpre pena de mais de 80 anos de reclusão e teria começado a planejar a rebelião na sexta-feira (9) quando, sem sucesso, os detentos iniciaram um motim que foi contido pelos agentes da Casa de Custódia.
No início da manhã desta segunda-feira, cinco presos conseguiram fugir da Casa de Custódia antes de começar a rebelião. À tarde, os detentos chegaram a jogar "teresas" (cordas feitas com lençóis e roupas) do telhado, numa tentativa de fuga que foi frustrada pela polícia. Depois, estouraram as grades das celas da galeria 2 para libertar mais presos para engrossar a rebelião.
Um agente penitenciário foi feito refém e colocado em cima do telhado, vigiado por 11 presos munidos de barras de ferro, que ameaçavam a vítima. "Se sair tiro, vamos arrancar a cabeça do refém", prometeram os revoltosos. Informações davam conta de que o nome do agente feito refém seria Paulo Arruda.
Os presos confirmaram que poderiam matar outros detentos para mostrar a força do movimento, caso as reivindicações não fossem atendidas. O capitão Radamés confirmou um ferido na rebelião. A pessoa ferida foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital Universitário de Maringá – a informação é que a vítima teria levado um tiro nas costas por volta das 13h.
No início da tarde, a imprensa foi convocada a pedido dos rebelados para conversar com um dos presos. "Guerreiro" foi eleito o porta-voz dos revoltosos. Um rádio HT foi entregue a ele para agilizar as negociações. Foi solicitado que os profissionais da imprensa registrassem por meio de fotografias e filmagens a negociação.
O porta-voz dos presos afirmou que a rebelião era uma reação às pauladas e dentes quebrados dentro da Casa de Custódia. Cerca de 100 detentos permaneceram na laje, juntamente com o refém, enquanto o restante ficou no interior das galerias.
A conversa com a imprensa terminou por volta das 14 horas. Os presos reclamaram muito de agressões sofridas no interior da unidade, da qualidade da alimentação, que muitas vezes chega azeda, disseram, por meio do interlocutor.
Por volta das 15h, a promotora da Vara de Execuções Penais, dra. Valéria Seyer, chegou à Casa de Custódia. A presença dela estava entre as reivindicações dos rebelados. O comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Chehade Elias Geha, também chegou ao local no mesmo horário.
Quebra-quebra
O clima ficou ainda mais tenso após a recusa da PM de liberar os presos da cela de número 35 como exigiam os rebelados. Diante do questionamento da PM sobre o porque da liberação desses detentos, o movimento disse que se tratavam de colegas deles que também queriam se juntar à rebelião.
Sem avanço nas negociações, por volta das 15h30, os rebelados promoveram um quebra-quebra na unidade. O barulho no interior da Casa de Custódia era intenso, com os presos destruindo celas e demais salas da cadeia. Policiais comentavam que, dependendo do tamanho do estrago causado pelos rebelados, havia a possibilidade da unidade ser interditada.
No mesmo horário, os detentos começaram a utilizar partes arrancadas da estrutura da Casa de Custódia de Maringá como arma contra a PM, atirando pedaços de ferro e de concreto nos policiais. Mais de 200 subiram ao telhado.
Por volta das 16h, um detento usando o condinome de Fernando assumiu as negociações com a Polícia Militar. Ele pediu calma aos policiais e garantiu que ninguém seria ferido dentro da Casa de Custódia. O interlocutor solicitou ainda mais um rádio HT para facilitar as negociações.
Os detentos também queriam telefones celulares para dar continuidade as negociaçõe, reivindicação não aceita pela PM. No fim da tarde um representante dos Direitos Humanos conversou novamente com o líder do rebelados.
Aflição
Os rebelados cobram mais agilidade nos processos de pedido de liberdade na Justiça em Maringá e solicitam a transferência de presos da unidade para outras penitenciárias do Paraná e de outros Estados. No início da noite, os cerca de 200 presos que estavam no telhado da Casa de Custódia hastearam uma bandeira do Primeiro Comando da Capital (PCC) e, aos gritos, reclamaram do tratamento recebido pelos agentes da unidade. Uma lista com 39 nomes de presos a serem transferidos foi entregue às autoridades - 8 deles queriam ser transferidos para a Penitenciária de Londrina.
A intenção da PM era iniciar a remoção de presos ainda esta noite para tanto foi solicitado que os 39 presos fossem levados até o solário. Os rebelados recuaram após pedirem agilidade nas transferências e pediram que a remoção fosse feita na manhã de terça-feira (13). Por volta das 23h, o capitão Radamés, que está no comando das negociações, que devem ser retomadas pela manhã.
O pedido para agilizar as transferências ocorreu após a chegada, por volta das 19h40, da Tropa de Choque do 5º Batalhão da Polícia Militar de Londrina. Ao perceberem a chegada do reforço policial, os rebelados questionaram o porquê da presença de policiais com submetralhadoras.
Além da Tropa de Choque de Londrina, policiais do 8º BPM de Paranavaí, do 11º BPM de Campo Mourão e da 5ª Companhia da Polícia Militar de Umuarama estão em Maringá para dar apoio ao efetivo do 4º BPM. Equipes de Cascavel e Foz do Iguaçu também estão sendo deslocadas.
Por precaução, a Casa de Custódia foi cercada por policiais em um raio de 100 metros. A operação envolve mais de 100 homens. A ameaça de uma fuga em massa preocupa as autoridades, principalmente após a PM ter recebido a informação de que os presos estariam confeccionando "teresas" (cordas feitas com lençóis e roupas).
Uma equipe especializada em negociação de Curitiba ainda é aguardada em Maringá. Os negociadores estão vindo de helicóptero. A água e a energia elétrica foram cortadas no prédio da Casa de Custódia.
Barril de pólvora
A rebelião, que inicialmente começou com cerca de 20 detentos por volta das 12h30, se espalhou rapidamente. O movimento seria liderado por Maico de Souza Moretti, 25 anos, conhecido pela PM pelo codinome "Guerreiro". O detento de Paranavaí cumpre pena de mais de 80 anos de reclusão e teria começado a planejar a rebelião na sexta-feira (9) quando, sem sucesso, os detentos iniciaram um motim que foi contido pelos agentes da Casa de Custódia.
No início da manhã desta segunda-feira, cinco presos conseguiram fugir da Casa de Custódia antes de começar a rebelião. À tarde, os detentos chegaram a jogar "teresas" (cordas feitas com lençóis e roupas) do telhado, numa tentativa de fuga que foi frustrada pela polícia. Depois, estouraram as grades das celas da galeria 2 para libertar mais presos para engrossar a rebelião.
Um agente penitenciário foi feito refém e colocado em cima do telhado, vigiado por 11 presos munidos de barras de ferro, que ameaçavam a vítima. "Se sair tiro, vamos arrancar a cabeça do refém", prometeram os revoltosos. Informações davam conta de que o nome do agente feito refém seria Paulo Arruda.
Os presos confirmaram que poderiam matar outros detentos para mostrar a força do movimento, caso as reivindicações não fossem atendidas. O capitão Radamés confirmou um ferido na rebelião. A pessoa ferida foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e encaminhada ao Hospital Universitário de Maringá – a informação é que a vítima teria levado um tiro nas costas por volta das 13h.
Cerca de 900 homens estão presos na casa de Custódia. As galerias 1 e 3 foram cercadas pela polícia para prevenir que os rebelados libertassem mais detentos. Entretanto, os presos conseguiram furar o bloqueio. Alguns grupos de detentos se recusaram a participar da rebelião - entre eles, o de evangélicos.
NegociaçõesNo início da tarde, a imprensa foi convocada a pedido dos rebelados para conversar com um dos presos. "Guerreiro" foi eleito o porta-voz dos revoltosos. Um rádio HT foi entregue a ele para agilizar as negociações. Foi solicitado que os profissionais da imprensa registrassem por meio de fotografias e filmagens a negociação.
O porta-voz dos presos afirmou que a rebelião era uma reação às pauladas e dentes quebrados dentro da Casa de Custódia. Cerca de 100 detentos permaneceram na laje, juntamente com o refém, enquanto o restante ficou no interior das galerias.
A conversa com a imprensa terminou por volta das 14 horas. Os presos reclamaram muito de agressões sofridas no interior da unidade, da qualidade da alimentação, que muitas vezes chega azeda, disseram, por meio do interlocutor.
Por volta das 15h, a promotora da Vara de Execuções Penais, dra. Valéria Seyer, chegou à Casa de Custódia. A presença dela estava entre as reivindicações dos rebelados. O comandante do 4º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Chehade Elias Geha, também chegou ao local no mesmo horário.
Quebra-quebra
O clima ficou ainda mais tenso após a recusa da PM de liberar os presos da cela de número 35 como exigiam os rebelados. Diante do questionamento da PM sobre o porque da liberação desses detentos, o movimento disse que se tratavam de colegas deles que também queriam se juntar à rebelião.
Sem avanço nas negociações, por volta das 15h30, os rebelados promoveram um quebra-quebra na unidade. O barulho no interior da Casa de Custódia era intenso, com os presos destruindo celas e demais salas da cadeia. Policiais comentavam que, dependendo do tamanho do estrago causado pelos rebelados, havia a possibilidade da unidade ser interditada.
No mesmo horário, os detentos começaram a utilizar partes arrancadas da estrutura da Casa de Custódia de Maringá como arma contra a PM, atirando pedaços de ferro e de concreto nos policiais. Mais de 200 subiram ao telhado.
Por volta das 16h, um detento usando o condinome de Fernando assumiu as negociações com a Polícia Militar. Ele pediu calma aos policiais e garantiu que ninguém seria ferido dentro da Casa de Custódia. O interlocutor solicitou ainda mais um rádio HT para facilitar as negociações.
Os detentos também queriam telefones celulares para dar continuidade as negociaçõe, reivindicação não aceita pela PM. No fim da tarde um representante dos Direitos Humanos conversou novamente com o líder do rebelados.
Aflição
Parentes dos presos foram à Casa de Custódia para ter informações dos detentos assim que souberam da rebelião. O medo dos familiares dos detentos era que, aproveitando-se da rebelião, alguns presos matassem outros em acertos de contas.
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