Alexandra vai aproveitar os benefícios da lei, que concede às mães pausa de 1h ao dia para amamentar o bebê até os 6 meses. Assim, ela poderá ir todos os dias à escola amamentar a filha. A pediatra ainda recomendou que Alexandra leve o leite materno em um frasco para escola. "É para os casos em que Ana sentir fome antes da hora."
É o exemplo de Alexandra que a Secretaria de Saúde de Maringá quer que as mães sigam. Para isso, lançou um programa na creches para evitar o desmame precoce de bebês. "O objetivo é fazer com que as mães não deixem de amamentar o bebê quando ele começar a ir para a creche", conta a presidente do Comitê de Aleitamento Materno, Rita de Cássia Inocente Kikuchi.
O aleitamento materno exclusivo é recomendado até os 6 meses e protege a criança, principalmente, contra diarreia e infecções respiratórias – as duas principais causas de morte infantil.
Diretoras, supervisoras, lactaristas e auxiliares de creche de 56 centros de educação infantil em Maringá receberam instruções sobre como incentivar as mães a continuar amamentando os filhos apenas com leite materno.
A intenção, segundo Rita, é fazer com que as mães retirem o próprio leite, guardem o conteúdo na geladeira e quando deixarem o filho na creche entreguem o leite às funcionárias. Assim, quando a criança sentir fome receberá o leite da mãe e não um produto artificial.
Desde março, as funcionárias das creches passaram por três cursos em que descobriram os malefícios do uso de mamadeiras, as vantagens da amamentação e as técnicas para armazenar e aquecer o leite. A partir do mês que vem, todas as unidades receberão visitas da equipe do Comitê de Aleitamento para ensinar, na prática, como oferecer o leite no copo à criança.
João Paulo Santos
Legenda
Um levantamento feito nas creches mostrou que a maioria das crianças com até 2 anos, matriculadas nas entidades, recebe leite em pó, sucos e chás por mamadeiras; e somente em casa toma o leite da mãe.
"A minoria vem até a creche amamentar o filho ou que tira o leite do peito e traz para a gente", conta Hellen Francis Fernandes Machado, diretora de uma creche no Jardim Seminário.
Ela diz que no início do ano quatro mães iam uma vez por dia até a unidade amamentar os bebês. Hoje, apenas uma continua amamentando a filha na creche.
"A maioria [das mães] dá mamadeira para a criança porque não sabe como tirar o leite", opina Hellen. "Elas dizem que é complicado, que demora ou que é dolorido e acham mais fácil dar a mamadeira."
Dos 25 bebês com até 1 ano e 6 meses matriculados na creche, apenas um recebe leite materno durante a estadia na unidade.
Segundo Rita, mudar a atitude das mães requer tempo. A saída encontrada é divulgar a ideia para a gestante ainda no pré-natal. "Sabemos que é uma mudança lenta e gradativa", reconhece. "A partir das orientações, elas vão começar a entender os malefícios que o leite artificial traz no longo prazo e que o leite materno é o melhor para a saúde do bebê."
350 é o número de funcionários das creches que participaram do curso de capacitação
273 crianças menores de 1 ano matriculadas nas creches devem ser beneficiadas
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