domingo, 24 de julho de 2011

“Tenho que estar mais presente nos bairros”, diz Pupin

Pré-candidato à Prefeitura de Maringá, Carlos Roberto Pupin, 56 anos, se diz preparado para ser prefeito de Maringá. Mas ele já admite uma mudança de postura: vai passar mais temponas ruas, visitando os bairros, para ter o rosto conhecido pelo eleitorado. Na segunda-feira ele se filia ao PP, mesmo partido do prefeito, do qual já é pré-candidato para as eleições de 2012. Antes, passou PSDB, PRN, PPB (atual PP) e PDT, no qual ficou por nove anos, até sair há três meses.
Há sete anos como vice de Silvio, Pupin assumiu a prefeitura 21 vezes , por ocasião das viagens e férias de Silvio. Ele diz que esses anos na administração já lhe renderam cacife para comandar a cidade.
O vice-prefeito diz que não deve repetir o episódio de 2010, quando disse que pretendia sair candidato a deputado estadual, mas recuou na última hora. Segundo ele, à época avaliou que a função de legislador o deixaria distante da administração de seus negócios -- possui propriedades rurais em Maringá e no Estado do Tocantins. Já neste ano, o filho dele deve se formar e ter mais tempo para ajudar na administração dos negócios da família. Já sobre a Câmara Municipal, considera que o número ideal de vereadores é o mesmo de hoje, 15 . A única pergunta que ele não respondeu é se pretende tirar dinheiro do bolso para bancar aprópria campanha. A assessoria de imprensa da prefeitura interferiu e disse que essa ele não responderia. "Não entro nesses detalhes."
"Eu me sinto preparado para assumir a prefeitura e dar sequência na nossa administração. Sou vice-prefeito há sete anos e já ocupei a prefeitura por mais de 20 vezes".
"Não costumo interferir no Legislativo porque
o Executivo já tem muitos problemas para cuidar.
Mas,
particularmente,
o ideal para Maringá é ter 15 [vereadores]''.
O Diário - O senhor se filia ao Partido Progressita na segunda-feira. Por quê?
Carlos Roberto Pupin - Primeiro, porque eu estou sem partido. Vou me filiar porque deixei o PDT [este ano] porque [a legenda] deixou de ser um partido da base. Então, vi que não tinha mais sentido estar no PDT, um partido que não está mais na base do governo. Também porque nós temos um grupo político muito forte e, durante as reuniões desse grupo, nós achamos melhor, pelo meu perfil, escolher o PP. Agradeço os convites que recebi de outros partidos, como PTB, PR e PSDB, principalmente. Eu fiquei muito lisonjeado, mas como o prefeito [Silvio Barros] já é do partido, nós achamos melhor ir para o PP.
Os irmãos Ricardo e Silvio Barros já declararam que o senhor tem a preferência pela disputa à sucessão na Prefeitura de Maringá. Qual a sua avaliação sobre esse convite?
Fico muito lisonjeado, mas essa também seria a ordem natural. Por ser o vice-prefeito por sete anos e ocupando a prefeitura por mais de 20 vezes [ foram 21], isso demonstra a confiança que o prefeito [Silvio], que o Ricardo [Barros], que a Cida [Borghetti] e que as pessoas do grupo têm em mim. Eu vejo isso [a preferência na sucessão] como natural.
Na última eleição, o senhor desistiu de se candidatar a deputado estadual. Por quê?As minhas ocupações, quando não são da política, não permitem que eu me ausente muito. Para uma disputa de um cargo em que você tem que se ausentar, fica muito difícil para que cuidar das minhas outras coisas. Agora, já tenho pessoas que estão do meu lado, como o meu filho Cahyo Augusto, que concluiu a faculdade de Direito e é o meu braço direito nos negócios. Consequentemente, vai sobrar mais tempo, daqui para frente, para que a gente possa se dedicar um pouco mais à função pública.
O senhor não queria deixar Maringá?
Refiro-me às minhas propriedades que estão no entorno de Maringá. Eu sei do apreço que a gente tem pelas coisas que conquista durante a vida. Aquele não era o momento de eu me ausentar. Agora, com a vinda do meu filho para o nosso grupo na agricultura, vamos ter mais tempo para nos dedicar ainda mais à função política. Eu também não achei que o momento era propício, como é agora. Sou muito de terminar as minhas coisas. Como fui eleito para ser o vice-prefeito, eu gostaria de terminar o meu mandado para poder assumir outro mandato.
A função de vice-prefeito leva a uma menor exposição diante do público. E a partir de agora, como pré-candidato, o que o senhor prevê de mudança no seu cotidiano?
Acho que a minha vida vai, sim, modificar e muito. Tenho que estar mais presente nos bairros e me expor mais para a população. Porque nas decisões que são tomadas no gabinete eu estou muito presente, inclusive participando de grandes decisões que foram tomadas durante esses sete anos na prefeitura. Estou mais no gabinete do que no contato com o público.
O que o senhor avalia como desafio para Maringá nos próximos anos?
Nós temos vários desafios e um deles é a mobilidade urbana. Vamos ter que trabalhar muito o trânsito. Como as coisas estão hoje, nós temos que priorizar o transporte coletivo para que a gente possa tirar um pouco do tráfego das ruas. Temos que dar ênfase para o Contorno Sul para dar mais tranquilidade aos usuários e trabalhar as ciclovias. As ciclovias ajudam muito na mobilidade urbana e são elas que fazem com que as pessoas deixem um pouco os carros [na garagem]. Outro desafio é a modificação da natureza econômica do município, com atenção especial às atividades de base tecnológica, como é o caso dos pólos fármacos, dos alimentos e dos softwares. E incrementar ainda mais o polo têxtil na nossa região. Também temos um trabalho importante, que é a consolidação multimodal, que estamos pensando futuramente instalar na zonas 45 e 47, na estrada velha, na saída para Campo Mourão. Ali, teremos ferrovia, rodovia e aeroporto. Também queremos que Maringá seja um município que cause menos impacto no clima. Queremos um município ambientalmente equilibrado, com aproveitamento racional da água, suficiência energética e redução de emissões de poluentes.
O senhor já disse que vai trabalhar para garantir a continuidade dos projetos em andamento no próximo governo. Qual projeto o senhor entende que seria importante na nova gestão?
Temos que consolidar o Centro Cívico de Maringá na próxima gestão. Ali já está instalado o prédio da Justiça do Trabalho e estão começando as obras do Tribunal Regional Eleitoral. Outro projeto que gostaria de dar sequência é o do tempo integral nas escolas públicas municipais. Já temos 50% dos alunos da rede pública no contraturno. Gostaria de ver os outros 50% na escola em tempo integral.
O que é melhor para a cidade: ter 15 ou 23 vereadores?
Não costumo interferir no Legislativo porque o Executivo já tem muitos problemas para serem cuidados. Mas eu sou da seguinte opinião: sendo 9, 12, 15, 19 ou 23 [vereadores], eu acho que eles têm que ter o discernimento de fiscalizar. Particularmente, acho que 15 é o número suficiente. O ideal para Maringá é ter 15 [vereadores]. Isso não se restringe à Câmara Municipal. Não adianta ter 520 ou 530 deputados federais e 52 ou 54 deputados estaduais se eles não exercerem as funções que lhes são designadas: fiscalização e bons projetos para a comunidade.

Este mês, a prefeitura liberou a construção de prédios em várias avenidas e aumentou o rigor com as casas geminadas. Qual a opinião do senhor sobre as mudanças?
É um projeto bem recente e digo a você que temos que ver o que é melhor para a cidade. Isso aí foi votado de acordo com o que foi decidido nos conselhos [no Conselho Municipal de Planejamento e Gestão Territorial]. Então, se a comunidade aprovou... O projeto atende a comunidade, mas ele agora vai ter uma sequência, com leis que vão regulamentá-lo. Não é um projeto, por exemplo, como as pessoas dizem, que não vai mais permitir comércio na Avenida Colombo. Às vezes, as pessoas confundem as coisas. Eu vejo que se foi discutido com os conselhos, foi discutido com a prefeitura nas reuniões, eu acho que a prefeitura tem a obrigação de implantar esse projeto porque ele é bom para a comunidade.
O senhor se considera preparado para ser prefeito de Maringá?
Eu me sinto preparado para assumir a prefeitura e dar sequência na nossa administração. Um vice-prefeito que está há sete anos na prefeitura e que já assumiu por mais de 20 vezes a prefeitura demonstra a confiabilidade do prefeito e do grupo político no vice.
O senhor pretende tirar dinheiro do bolso para custear a campanha?
(Nesta hora, o assessor de imprensa, que acompanha a entrevista, interfere): "Essa pergunta não" (Pupin volta a falar): Não entro nesses detalhes.

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