quarta-feira, 20 de julho de 2011

Maringá teria cerca de 300 duplas sertanejas; 50 com potencial de sucesso

"Há uns dez anos, diziam que se chutassem uma árvore em Goiás, uns dez cantores sertanejos cairiam. Maringá está ficando assim." Com essa definição, o cantor Janderson, da dupla Janderson e Anderson, define a força da música sertaneja em Maringá.
O cenário fica próximo do ideal para os profissionais, aspirantes a profissionais e fãs do gênero: uma cidade com uma cultura universitária forte, raízes rurais e bom poder aquisitivo.
As casas de shows percebem o filão e abrem cada vez mais espaço para os artistas sertanejos conseguirem mostrar seu trabalho – para a partir daí, quem sabe, ganharem projeção nacional, como já têm Leo & Giba, Hugo & Gabriel e Rodrigo Guidini. Segundo os cálculos do gerente do Bartolomeu (casa de shows cujo carro-chefe é o sertanejo), Sidney Reis, são cerca de 300 duplas tocando o gênero em Maringá. Dessas, segundo Reis, 50 têm grande qualidade.

O gerente afirma que o diferencial do Bartolomeu é abrir espaço para novas duplas e artistas, que estão sempre aparecendo, aproveitando o espaço na cidade. Nessa empolgação, Reis já viu muita dupla quebrando a cara.
"Dupla tem de monte, mas as que se destacam são poucas", diz. Para ele, além do fator básico do talento, dá para perceber se a dupla vai longe quando demonstra humildade. "Oitenta por cento dos caras começam hoje e já estão achando que são o Bruno e Marrone."
A recomendação de manter o pé no chão também é dada por Janderson, que ressalta a importância de manter os estudos de música mesmo depois de conseguir alguma projeção. "Você tem sempre de mostrar alguma coisa nova para os fãs", diz.
Fotos: Divulgação
Leo & Giba: "O sofrimento foi nossa base para não nos deslumbrarmos. Não existe receita de bolo para o sucesso", diz Giba


Janderson e Anderson: "É pouquíssima gente que consegue, retorno financeiro demora muitos anos", diz Janderson


Hugo & Gabriel: maringaenses tentam trilhar o caminho do sucesso percorrido pela extinta dupla, também local, Hugo Pena & Gabriel
O cantor dá a dica, para os artistas iniciantes, de mesclarem em seu repertório "clássicos" do sertanejo com canções próprias, para manter o público animado ao mesmo tempo que vai acostumando os fãs com as músicas novas. "O povo gosta de show em que pode cantar músicas junto", observa.
A dupla maringaense Leo & Giba não pode se queixar muito da vida. Neste ano, fechou contrato com a gravadora Som Livre, gravou álbum de composições próprias e está mantendo uma agenda de shows pelo País. Giba, contudo, faz questão de ressaltar que o sucesso não veio facilmente.
"Tem de fazer música por amor. Quem quer entrar no sertanejo achando que vai ficar milionário... É pouquíssima gente que consegue, retorno financeiro demora muitos anos", diz.
O cantor lembra que no começo da carreira a dupla fez muitos shows de graça, apenas para ganhar renome. E mesmo quando algum dinheiro começou a entrar, era reinvestido em estrutura de palco e contratação de músicos de apoio.
Os tempos difíceis, no entanto, foram muito importantes para a formação do caráter da banda, segundo Giba. "O sofrimento foi nossa base para não nos deslumbrarmos. Não existe receita de bolo para o sucesso", diz.
A cidade NA PARADA (OU QUASE)

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