Em enquete qualificada, na qual os vereadores foram questionados sobre o subsídio (tecnicamente eles não recebem salários) ideal, 8 responderam R$ 9,5 mil. Segundo estudo do departamento financeiro da Câmara, essa quantia repõe as perdas referente à inflação no período de 2004 a 2013, ano em que passaria a valer o novo subsídio. A Constituição Federal define que a remuneração dos vereadores tem como limite a remuneração concedida aos deputados estaduais, variando de 20% a 75% de acordo com a população. Em
municípios que possuem entre 300 mil e 500 mil habitantes, como é o caso de Maringá, o subsídio pode chegar a 60% do valor pago ao deputado estadual.
Apesar do salário do vereador maringaense poder, por lei, ser de até cerca de R$ 12 mil, ninguém se colocou a favor do teto. Há o receio de que os eleitores fiquem indignados com o aumento. "A hora que sair na mídia que o salário dos vereadores vai para R$ 12 mil, aí você vai ver a população pegar no nosso pé", disse Zebrão (PP). Sem citar nomes, o vereador refere-se a colegas que, agora, falam em R$ 9,5 mil, mas que na hora da decisão tendem a votar por R$ 12 mil.
Bastidores
Segundo documento elaborado por Humberto Henrique (PT) e entregue aos demais parlamentares, o aumento para R$ 12 mil já é discutido nos bastidores. "Há vereadores defendendo o número de 15 [cadeiras], mas já se manifestaram internamente que pretendem elevar o valor do subsídio para o teto máximo", diz trecho do documento.
Pelos cálculos de Henrique, com cortes de cargos comissionados é possível chegar a R$ 9,5 mil sem elevar os gastos. "Mas sem essa reforma administrativa, como já disse no documento, meu posicionamento será contrário qualquer tido de aumento", explicou o petista.
R$ 6,3 mil está bom
Apenas Paulo Soni (PSB) e Manoel Sobrinho (PC do B) se posicionaram contra o aumento. "Com R$ 12 mil pode estourar o orçamento e aí teríamos de fazer cortes. E nossa intenção é que não seja mandado ninguém embora por conta disso", alegou Soni.
Manoel é mais radical. Para ele, um vereador não precisa ganhar mais do que o piso de um professor da rede municipal de "nível 1", ou seja, R$ 2.207,23, para jornada de 40h semanais, tendo curso superior em licenciatura plena, pós-graduação Stricto sensu (mestrado ou doutorado).
Na sessão de terça-feira, Marly Silva (DEM) defendeu o aumento, mas não precisou o valou. Para ela, o subsídio precisa levar em conta o número de vereadores para a próxima Legislatura, de modo a não elevar as despesas da Casa. Wellington Andrade (PRP) não quis se manifestar. No plenário, ele disse estar sofrendo bullying por parte da imprensa.
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