Das 16 legendas que defendem a representatividade máxima, seis possuem assento na Câmara e, juntas, são representados por 9 parlamentares – um a menos do que o mínimo de 10 votos necessários para alterar o número de cadeiras. "Com certeza vamos conseguir os 10 votos necessários", aposta Flávio Mantovani, presidente municipal do PTB.
O PTB é um dos 12 partidos que fecharam questão a favor de 23 cadeiras em reunião que aconteceu no plenarinho da Câmara Municipal, no último dia 14, e que contou com a presença de alguns vereadores. Os outros partidos do "grupo dos 12" são: PMDB, PT, DEM, PMN, PC do B, PSDC, PSD, PT do B, PSOL, PHS e PRB. Paralelamente a esse grupo, PV, PRP, PPS e PSL se disseram favoráveis a 23.
A alegação da maioria dos partidos é de que o aumento do número de vereadores e o fortalecimento da democracia andam juntos. E nesse aspecto, não faltam críticas às entidades que defendem a permanência em 15.
"Não sei se intencionalmente, mas a Acim (Associação Comercial e Empresarial de Maringá) está cerceando o exercício da livre democracia na cidade", critica o presidente municipal do PPS, Willy Taguchi.
Apesar da pressão das entidades contra o aumento, parece haver otimismo entre os partidos pró-23. "Todos os partidos que estiveram na reunião defendem 23. Alguns vereadores falam em 15, mas desconheço um partido sequer que seja favorável a uma representatividade menor", diz Fábio Souza, membro da executiva municipal do PC do B.
Desafio
Ter nove vereadores na Câmara não significa ter nove votos. Hoje, a liga pró-23 conta apenas com a metade dos dez votos necessários para alterar o número de cadeiras. O desafio será convencer os vereadores "rebeldes", das siglas que defendem o aumento da representatividade, a mudar de opinião.
Luiz do Postinho (PRP) e Humberto Henrique (PT) são a favor de 19 cadeiras; Dr. Saboia (PMN) e Mário Hossokawa (PMDB), ainda mais relutantes, querem a permanência em 15.
"Não sei o que vou fazer se o partido insistir em 23", diz Dr. Saboia. "Se isso acontecer, terei de rever minha posição no partido porque com 23 acabaria a economia que a Câmara consegue fazer hoje." O vereador se refere aos cerca de R$ 3,5 milhões que o Legislativo conseguiu economizar em 2009 e 2010.
Missão aparentemente impossível será convencer o presidente da Câmara, Mário Hossokawa. "Vamos conversar com o Mário para que ele vote por 23 também", comentou o presidente municipal do PMDB, Umberto Crispim.
Recentemente, Hossokawa e Crispim trocaram farpas na disputa pelo controle do partido em Maringá. Contrário a 23 e descontente com o partido, Hossokawa não descarta uma filiação ao PSD – por ser tratar de um partido novo, a transferência não acarretaria perda do mandato.
Divulgação
Sessão na Câmara de Maringá, que na próxima legislatura pode passar a contar com 23 vereadores
PP, PSDB, PSC e PR ainda não se posicionaram oficialmente sobre o número de vereadores – e talvez nem o façam. "Tivemos (vereadores tucanos) uma reunião com a executiva do partido e não existe, até o momento, uma orientação aos vereadores sobre esse assunto", diz o vereador Flávio Vicente (PSDB). "É possível que no PSDB isso vai acabar sendo uma decisão de cada vereador", acrescenta.
No PP, partido do prefeito Silvio Barros, o discurso é que, mesmo que o partido tome posição, os vereadores devem ser liberados para votar conforme suas convicções.
"As opiniões (sobre o número de cadeiras) divergem muito dentro do partido, então, pode ser que o PP deixe a questão em aberto", comentou o presidente municipal do partido, Marco Antonio Rocha Loures.
Suplente de deputado federal pelo PSC, Sidnei Telles informou que o partido ainda não teve uma discussão ampla sobre o assunto. Já o representante do PR, Jaime Dallagnol, comentou que a nova diretoria ainda não foi referendada pelo diretório estadual do partido e que, no momento, a legenda não pode se manifestar a respeito.
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