Mas as queimadas, na grande maioria das vezes, só existem por má-fé e preguiça de alguns moradores. "As pessoas usam o fogo como material de limpeza sempre que cortam a grama ou varrem a calçada", diz o tenente Nivaldo do Rego, do setor de Comunicação Social do 5º Grupamento do Corpo de Bombeiros.
"Estamos cansados de pedir ajuda e mostrar o perigo de atear fogo em terrenos e fundos de vale". A área queimada este mês soma 10 hectares, o equivalente a 14 gramados do Estádio Willie Davids.
João Paulo Santos
A maioria das queimadas urbanas ocorre pela utilização do fogo para limpeza, como o flagrado esta semana, na Vila Nova, ao lado da ferrovia
Só no domingo passado, foram seis chamados para conter focos de incêndio em Maringá. Um deles, próximo ao Parque do Japão, demandou três horas de trabalho de seis bombeiros. Pás carregadeiras da Prefeitura auxiliaram na contenção do fogo e jogavam terra sobre as chamas.
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O tenente Nivaldo conta que já teve de deslocar socorristas do Siate para ajudar no controle de incêndios, principalmente quando o fogo ameaça escolas e empresas próximas aos terrenos e cita que são as ocorrências de incêndios florestais as que exigem maior esforço físico.
"O bombeiro volta desgastado. Já apagamos fogo três vezes em um dia no mesmo terreno". Soma-se a isso a idade média do grupamento: acima dos 30 anos.
São vários os métodos que os bombeiros usam para conter o fogo. O mais conhecido é o que utiliza o caminhão-pipa, mas nem sempre o veículo consegue chegar perto do local queimado. Nesses casos, as chamas são contidas com abafadores – uma espécie de vassoura com retângulo de borracha na ponta – ou extintores de espuma.
Na tarde de ontem, por exemplo, a reportagem de O Diário presenciou três bombeiros tentando controlar um incêndio com abafadores, em um fundo de vale da Vila Esperança. Quase ao mesmo tempo, os bombeiros foram acionados para um princípio de incêndio nas proximidades da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB), na Zona 4.
Proibido
Atear fogo em lotes urbanos ou em lixo é proibido em Maringá há 13 anos. Uma lei, de autoria da então vereadora Arlene Lima e em vigor desde 1998, estipula multa de 100 Ufirs (o equivalente a R$ 106,41) para quem for flagrado queimando detritos.
O valor dobra em caso de reincidência. Em 2010, nova lei reforçou a proibição de usar fogo para limpar terrenos.
Na segunda-feira, uma mulher foi flagrada pela prefeitura ateando fogo em um terreno baldio no Conjunto Residencial Planville, zona norte. Ela fugiu de moto antes de ser abordada pelos fiscais, que conseguiram localizá-la pela placa.
A mulher será multada e notificada a comparecer na Prefeitura. O caso deve ser levado ao Ministério Público. Os fiscais agora querem saber a quem pertence o terreno alvo de queimadas.
Segundo o Instituto Simepar, os próximos dias no Paraná serão de tempo seco, com a umidade do ar caindo a níveis considerados perigosos para a saúde, em especial no norte do Estado. Uma massa de ar quente e seco bloqueia o deslocamento das frentes frias, o que deixa a as temperaturas altas. A combinação de tempo quente e seco no inverno é conhecida como "veranico"
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