quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Reunião com secretário dura 5 horas e não agrada líderes do movimento

Durou cinco horas a reunião de quatro representantes do movimento de ocupação da Reitoria da Universidade Estadual de Maringá (UEM) com o secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Alípio Leal. O encontro, ontem, em Curitiba, foi acompanhado pelo reitor da UEM, Júlio Prates Filho.
O resultado da reunião foi considerado insatisfatório por líderes do movimento em Maringá, que souberam dos termos da discussão por telefone.
Os representantes que foram a Curitiba submeteriam a uma assembleia os pontos acordados com o secretário, assim que chegassem a Maringá, para saber se a ocupação continuaria, o que deveria ocorrer na madrugada de hoje. O principal item da pauta de reivindicações - a reversão do corte de quase 38% nas verbas para custeio das sete universidades estaduais neste ano - não foi atendido.
Divulgação
Passeata contra corte de verbas reuniu 2 mil universitários ontem
Tanto o reitor Prates Filho quanto o DCE não quiseram declarar à reportagem quais reivindicações foram aceitas na reunião. O Diário apurou que, entre outros pontos, foi prometida a cessão de um ônibus à UEM e a manutenção de alimentação gratuita a cerca de 15 estudantes, que deixariam de trabalhar como funcionários do RU para receber o benefício.
Em comunicado oficial, a Seti afirmou que haverá uma ampliação do RU em 2012 e a alimentação nos demais campi da UEM será providenciada por meio de um processo licitatório para entrega de "quentinhas". Também foram prometidos recursos para concluir obras já iniciadas na universidade, incluindo as etapas da Casa do Estudante.
O reitor Prates Filho considerou a reunião "boa" e "um avanço", mas afirmou em nota que "a partir do momento em que as negociações baseadas no diálogo não surtirem efeito e a universidade passar a ter prejuízos […], será preciso uma ação que garanta a reintegração de posse".

Passeata
Em protesto pelo corte de 38%, cerca de dois mil universitários, segundo os líderes do movimento, marcharam pelo câmpus de Maringá. O movimento recebeu apoio de estudantes de outras instituições de ensino, incluindo universidades de diversos Estados do país.
O universitário Luiz Rigon, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), participou da passeata. "Em Curitiba, também ocupamos a reitoria, pois acreditamos que este é um instrumento legítimo para exigir educação pública de qualidade", diz.
O movimento de ocupação da reitoria da UEM também recebeu a adesão de estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), partidos políticos, sindicatos e outras entidades. A Câmara Municipal de Sarandi aprovou uma moção de apoio ao movimento, subscrita por dez vereadores.

Comunidade
A ocupação da Reitoria da UEM completa hoje seu sétimo dia e já é a mais longa da história da instituição, superando a de 1984. A ocupação anterior havia sido em 2004, por dois dias. Em comum, todos os movimentos começaram a partir de protestos contra as condições do RU.
A ocupação é válida?
Bruna Delgado,
estudante de Letras
"A prova está nesta
passeata, que se repete
em outros lugares do
Brasil. É o povo
mostrando a cara."
Bruno Vilsinski,
estudante de Química
"Se todos concordassem
com o que diz o governo,
seríamos apenas capachos
e nosso País ficaria
estagnado."
Suzane Fae,
estudante de Farmácia
"O povo dizer o que
quer é sempre bom.
Outros setores da
sociedade deviam seguir
o exemplo dos
estudantes."

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