Na lista dos procurados da Polícia Civil de Maringá, um adolescente de 17 anos é apontado como um dos mais perigosos. Sobre ele, recaem acusações de roubo à residência, tentativas de homicídios, homicídios, tráfico de drogas e porte ilegal de armas. Em certa ocasião, ele foi apreendido dirigindo um carro registrado no nome dele, portando uma submetralhadora.
O detalhe é que a apreensão, segundo a polícia, ocorreu no momento em que ele receberia um carregamento de drogas. No mesmo dia, pela manhã, ele se apresentou à Polícia Civil, junto com o advogado, para confessar um homicídio, foi ouvido e liberado. Pelo flagrante, horas depois, ficou apreendido alguns dias, mas foi libertado.
Agora, como foi punido com restrição à liberdade, ninguém consegue localizá-lo. Por ter menos de 18 anos, a foto, o nome ou qualquer outra característica, como o apelido, que possam identificá-lo não podem ser divulgadas para que a comunidade possa ajudar no trabalho dos policiais.
"O adolescente confessa que é traficante", diz o delegado-chefe da 9ª Subdivisão Policial (SDP), Osnildo Carneiro Lemes, que o aponta como suspeito de chefiar o tráfico no Conjunto Requião, na zona norte de Maringá. "Virou patrão porque foi matando os concorrentes", afima um investigador que prefere não se identificar.
Quem o vê na rua, talvez não acredite em tantas acusações, pois o adolescente é bem articulado, nunca teria reprovado na escola e é filho de uma família de classe média. De acordo com policiais, o rapaz é um dos "reis da noite" do bairro, onde exibiria motos e carros comprados com dinheiro do tráfico. Por ter dinheiro, por impor medo ou pelo "status", sempre estaria acompanhado de belas mulheres.
Fora do perfil
Na avaliação da promotora da Infância e da Juventude de Maringá, Mônica Loise de Azevedo, o adolescente foge do perfil padrão dos menores que cometem atos infracionais. "Isso demonstra que o envolvimento com a desobediência não depende das classes sociais", diz.
No perfil padrão, os adolescentes que passam pela Promotoria são em maioria meninos que convivem numa família desestruturada, de classe baixa e, sem apoio dos pais, desistiram de frenquentar a escola. A fase em que ingressam no mundo das drogas e praticam os atos infracionais mais leves, como pequenos furtos, normalmente começa a partir dos 13, 14 anos.
O delegado-chefe concorda com a promotora e lembra de um rapaz de Ivaiporã, onde trabalhava há cerca de dois anos. "Incrível como ele dava trabalho", relata. Lemes perdeu as contas de quantas vezes o jovem foi apreendido por brigas, furtos, roubos e drogas.
"Ele ficava 45 dias apreendido, que é o tempo máximo do internamento provisório, aí saia e dois, três dias depois voltava para a delegacia". (colaborou Vanda Munhoz)
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