Para se chegar à rua mais enlameada de Maringá, basta seguir até o fim da Avenida Kakogawa, cruzar a ponte do Contorno Norte e virar na segunda à direita. É a Rua Álvaro Miranda, no Jardim Ana Rosa. É a última rua na zona norte, uma viagem só de ida para quem vai de carro e cheia de escorregões para quem segue a pé.
Segundo a Prefeitura de Maringá, a pavimentação da Álvaro Miranda está lenta porque depende de liberação do Instituto Ambiental do Paraná (IAP) para a remoção de algumas árvores. O pedido já foi feito, mas o IAP ainda não respondeu. Procurado pela reportagem, o IAP não soube informar se o pedido foi analisado ou se há prazo para resolver o problema.
O bairro aguarda o asfalto desde 26 de novembro do ano passado, quando o então governador Orlando Pessuti assinou a ordem de serviço para a pavimentação de 20 quilômetros lineares em 7 bairros, entre eles o Ana Rosa.
João Paulo Santos
Nelson caminha pela rua enlameada do Jardim Ana Rosa; ele não consegue sair com a moto de casa
O que incomoda os moradores da Rua Alvaro Miranda é a lentidão: o cascalho foi removido em janeiro para a instalação das galerias pluviais.
Hoje, há tubulações no meio da pista, como chaminés saindo da lama. Quem tem mais de um carro, deixa um na garagem, para os dias de sol, e outro no bairro vizinho, há 3 quadras. "O nosso carro fica lá em cima, porque aqui está intransitável desde janeiro", diz a dona de casa Mirian Callegari.
O pedreiro Nelson Alves Macedo tinha improvisado uma saída pelos fundos. Ele quebrou o muro para ter acesso à Avenida das Torres, mas agora a avenida também está em obras e ficou tão intransitável quanto a rua dele.
"Estou com minha moto encostada, não tem como sair daqui com ela. De vez em quando desce algum desavisado e a gente faz um mutirão para ajudar o carro a ir embora", conta.
À porta da residência da dona de casa Ociana de Andrade estão os pares de calçados cheios de lama. "O carro a gente deixa há 3 quadras, porque não entra, nem sai. E os tênis da molecada duram 3 meses, porque descola tudo de tanto lavar", diz a mulher, que tem 3 filhos na escola.
A costureira Roseli da Cunha está com o Fiat Uno limpinho na garagem. "Faz tempo que ele não sai daqui", conta.
As gêmeas Ana Júlia e Ana Beatriz, 5, filhas de Roseli, não foram para a escola ontem porque não tinham como sair de casa pela manhã. "Sem contar o prejuízo, porque eu não consigo entregar as costuras".
Nenhum comentário:
Postar um comentário