A julgar pelos números, a representatividade conquistada nas urnas está associada à capacidade do partido em engrossar o "time" com novos filiados. Os 10 maiores partidos nesse quesito possuem, atualmente, 17 cargos eletivos contra apenas 6 das demais 16 legendas da cidade.
Líderes do ranking de filiações em Maringá, PMDB, PP e PT contam com 48% dos representantes de Maringá e com 62% dos eleitores que em tese, por conta do vínculo partidário, terão maior engajamento nas eleições municipais de 2012.
"O número de companheiros é importantíssimo, porque todo partido que quiser sair vitorioso das eleições precisa de uma base sólida", diz o presidente municipal do PMDB, Umberto Crispim.
Apesar do racha interno no PDMB maringaense, que totaliza quase 30% dos filiados da cidade, o partido aposta na militância dos peemedebistas para ampliar a representatividade do diretório municipal "Estamos trabalhando para expandir ainda mais o número de filiados".
Qualidade
Para o presidente municipal do PT, vereador Mário Verri, a qualidade dos membros de um partido vale mais do que a quantidade. "O PT não faz campanha de massa de filiações, então, quem busca o partido o faz por afinidade. São pessoas que militam há muito tempo no partido".
Para Marco Antonio Rocha Loures, líder municipal do PP, o que motiva os filiados a se doar na campanha são as lideranças políticas. Coincidência ou não, sua legenda é a líder em cargos eletivos.
"Temos o prefeito, o vice-prefeito, uma deputada federal e um secretário de Estado que fez mais de 2 milhões de votos para o Senado", destaca. "Além de atrair filiações, essas lideranças fazem o partido ser significante".
No entendimento do presidente municipal do PSDB (8º no ranking), Wilson Matos Filho, "a grandeza de um partido se mede pela capacidade de eleger pessoas".
E nesse contexto é importante manter um quadro atualizado de filiados. "Para ter uma boa representatividade é preciso ter propostas e filiados, porque são essas as pessoas mais engajadas com os ideais dos partidos".
Prazo
Por determinação do TSE, os partidos têm de atualizar o cadastro de filiações de 6 em 6 meses. O prazo neste segundo semestre, para quem quiser disputar as eleições no ano que vem, expira no começo de outubro.
"Para fazer o registro de candidatura é preciso estar filiado ao partido político por pelo menos um ano antes do dia da eleição", explica o analista judiciário da 192ª ZE, Julian Rodrigues do Nascimento. A atualização deve ser feita pelos presidentes de partido no Filiaweb.
O tempo de TV no horário eleitoral é considerado tão importante quanto o número de filiados. Por terem as maiores bancadas na Câmara dos Deputados, PT e PMDB terão mais tempo na eleição de 2012
Reginaldo Dias >> Historiador político da UEM
O Diário - Os filiados podem fazer a diferença numa eleição?
Em tese, quem se filia tem afinidade política com o partido e seu ideário ou, na pior das hipóteses, com o candidato. Está disposto a assumir responsabilidades e a trabalhar para a construção de determinado projeto político. Se os filiados vestirem e suarem a camisa, faz bastante diferença.
O Diário - Partidos com mais filiados largam na frente no pleito?
Depende do grau de envolvimento dos filiados. Em alguns partidos, a relação é muito frouxa. Em outros, há bastante envolvimento. É preciso transformar a quantidade em qualidade.
O Diário - Um partido com poucos filiados pode ter grandes aspirações nas eleições do ano que vem?
Segundo as primeiras lições da arte da guerra, é preciso conhecer a si próprio, os adversários e o território em que ocorre a disputa. Uma boa avaliação dá o tamanho do objetivo. Um dos elementos a avaliar é o exército de que dispõe o partido, para usar a imagem da arte da guerra. A avaliação tem que considerar o tamanho e o comprometimento.
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