quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Ao mês, mais de 220 mulheres são agredidas

"Ele me chutava e me dava socos na frente das crianças. Tentei pedir pra ele parar de fazer isso, mas ele não mudava." O sofrimento é contado pela auxiliar de cozinha Débora Regina da Silva, que era agredida pelo marido.
O relato está entre os 11.154 casos de agressão contra a mulher registrados em Maringá nos últimos 5 anos.
Só em 2011, a Delegacia da Mulher fez 1.815 boletins de ocorrência de violência contra a mulher. A média mensal desse tipo de registro subiu de 197 casos, em 2006, para 226, em 2011. A explicação para o aumento é que as mulheres foram encorajadas pela Lei Maria da Penha a denunciar.
Débora foi casada por 7 anos e nos últimos 4 anos, diz ela, as agressões eram constantes. Como morava no Japão, ela conta que não tinha a quem pedir ajuda. Quando chegou ao Brasil decidiu tomar uma atitude.
"Fui à Delegacia da Mulher e comecei a entender meus direitos. Percebi que eu não precisava passar por isso e passei a enxergar meus valores. Até então achava que não conseguiria viver sozinha", diz.
Hoje, Débora Regina mora com os filhos e trabalha em um restaurante. "Agora sim eu sou feliz. Pago minhas contas e cuido das crianças sozinha. No começo foi muito difícil. Achei que não iria aguentar, mas graças a Deus consegui." O marido de Débora não foi preso, mas cumpriu medida judicial de manter distância dela.
A exemplo de Débora, a operadora de caixa E. R. também sofreu violência doméstica. "Ele me dava tapas no rosto e me dizia coisas horríveis. Colocava os meus filhos de joelho, puxava a orelha, batia e xingava, só para me provocar", conta ela, que sofreu agressões verbais e físicas durante os 3 anos que morou com o companheiro, até denunciar a violência.
Além de bater na mulher, o homem agredia os filhos do primeiro casamento de E. R, um menino de 11 anos e uma menina de 9 anos. A decisão de levar o caso à polícia e se separar do companheiro aconteceu no dia em que o homem chegou bêbado de uma viagem e a forçou a entrar no carro.
"Ele me puxou com tanta força que meu braço ficou todo roxo. Fiquei com medo, mas mesmo assim tive que entrar no carro. Graças a Deus não aconteceu nada. Ele estava muito bêbado", lembra.
Depois de procurar ajuda na delegacia e ser atendida pela Secretaria Municipal da Mulher, o companheiro de E. R. foi preso. "Ela chegou aqui várias vezes com as marcas de agressão, nós a orientamos e ela consegui se separar dele. Hoje, trabalha e sustenta os filhos sozinha",afirma a advogada e diretora do Centro de Referência e Atendimento à Mulher de Maringá (Cram), Maria Cecilia Esteves Rosa.
Registros

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