quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Industriais definem novo presidente do Sistema Fiep

O orçamento da Fiep é superior à arrecadação de 393 municípios do PR

Será eleita hoje a nova diretoria da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep). A votação ocorre entre o meio-dia e 18 horas, na sede da entidade, em Curitiba. Podem votar, os presidentes ou dirigentes credenciados de cada um dos 99 sindicatos empresariais filiados, desde que estejam em dia com as obrigações exigidas pelo estatuto social da Federação.
A contaminação de assuntos da política partidária é a marca mais notável do pleito. A chapa de situação, Fiep Independente, liderada pelo empresário Edson Luiz Campagnolo, de Capanema, acusa os rivais de tentarem trazer para a Federação um braço do governo do Estado, representado pelo secretário estadual licenciado da Indústria, do Comércio e Assuntos do Mercosul, Ricardo Barros, de Maringá.
Barros, que encabeça a chapa Nova Fiep, por sua vez, rebate que atual diretoria, liderada pelo empresário curitibano Rodrigo da Rocha Loures, já utiliza a entidade politicamente e que quer impedir essa prática.
A Fiep representa 40 mil empresas, que são responsáveis por cerca de 40% do Produto Interno Bruto (PIB) do Paraná. O novo presidente vai administrar recursos da ordem de R$ 450 milhões, mais do que a arrecadação de 393 dos 399 municípios do Estado.
Hoje, além do novo presidente, serão escolhidos os vice-presidentes, secretários, tesoureiros, diretores suplentes, membros do Conselho Fiscal e os delegados que representarão a Fiep junto ao conselho da Confederação Nacional da Indústria (CNI). O mandato da atual gestão termina em trinta de setembro. A posse da futura diretoria será em outubro.
Um industriaç à frente da entidade
Edson Luiz Campagnolo >> Fiep Independente

O Diário - No início da campanha o senhor fez uma previsão de ter 88 votos em 99 possíveis. O senhor mantém a estimativa?
Desde dezembro, quando meu nome foi lançado, reunimos o apoio de mais de 60 sindicatos. Quando o Carlos Walter, presidente do Sindimetal-Maringá, abriu mão da candidatura própria e se uniu a nós, trouxe entidades que até então se apresentavam na oposição. Mas, independente da projeção de votos, ressalto que todos os meus cabos eleitorais são industriais, como eu. Tenho a convicção de que os meus colegas vão votar em quem conhece na prática as dificuldades que as empresas enfrentam no dia a dia.

O Diário - Há uma polarização entre políticos e industriais, representados pela chapa do senhor e a de oposição?
A polarização ficou clara desde o início da campanha. De um lado, sou um industrial que atua há 33 anos no ramo do vestuário, com forte envolvimento em entidades de representatividade empresarial e na própria Fiep. Do outro lado, há um candidato que construiu a carreira no meio político. Diante dessa diferença constatamos, em todas as visitas, que os empresários paranaenses não estão dispostos a aceitar interferências políticas no setor e na entidade. A opinião geral é que realmente precisamos ter à frente da Fiep um industrial.
A federação não é para ser usada politacamente
Ricardo Barros >> Nova Fiep

O Diário - Há uma polarização entre políticos e industriais, representados pela chapa do senhor e a da situação?
Não existe essa polarização. É o Rocha Loures (atual presidente da entidade) que traz a questão política para o âmbito da Fiep. Político é ele, que fez campanha para o filho para deputado e depois para vice-governador. Ele quer a Fiep indisposta com o governo do Estado para poder usar a entidade politicamente e isso é inaceitável. Meu compromisso é que a Federação não seja usada politicamente.

O Diário - Como foi a campanha pelo interior do Estado?
Viajei bastante e visitei muitos sindicatos. É assustadora a falta de estrutura dos sindicatos no interior, um contraste com o suntuoso prédio da Fiep, em Curitiba. Queremos mudar essa realidade e dar força aos sindicatos.

O Diário - Como será a reta final da campanha?
Vou ficar em Curitiba, fazendo os trabalhos finais de articulação e participar de algumas reuniões que ainda se fazem necessárias. Nessa reta final, muitos sindicatos definem o voto e vamos acompanhar esse movimento. Agora, em momento algum, tive o intuito de politizar essa eleição. Quem o fez foi o atual presidente da entidade.

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