quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Onda de catapora chega mais cedo e preocupa

Há uma semana, Gregório, 4 anos, está livre da catapora (ou varicela), mas a irmã dele, Fernanda, 2, ainda terá de amargar mais alguns dias de molho, em casa. Os dois são vítimas da onda da doença, que este ano chegou mais cedo à região.
"Casos de catapora começaram a aparecer há 15 dias e esta é uma situação inesperada, porque a varicela é uma doença da primavera", afirma a pediatra Regina Lopes Ferreira. "Tende a ser algo preocupante, já que indica que provavelmente possamos ter surto". A antecipação dos casos tem explicação no clima seco, que favorece a disseminação do vírus.
Não há números na rede de saúde sobre a quantidade de casos registrados. Nas clínicas de vacina de Maringá, a volta às aulas e os meses de transição entre inverno e primavera têm provocado corrida em busca das doses.
Na última quinzena, o Instituto da Criança imunizou de 7 a 10 crianças por dia. No período pré-catapora, a procura diária pelo imunobiológico é bem menor: no máximo 4 aplicações.
"Nessa época, a vacina contra catapora é uma das mais procuradas. Até porque ela não está disponível na rede pública", diz a enfermeira da clínica, Maria de Lourdes Teixeira Masukawa. Ela explica que o controle da catapora é difícil porque o doente transmite o vírus 3 dias antes do surgimento das primeiras lesões na pele.

Eficaz
Regina destaca que a eficácia da vacina contra catapora é alta e que a dose protege contra as complicações da doença, como otite, pneumonia e infecção bacteriana secundária – a mais temida por mães e médicos. A vacina também é eficaz depois do contato com um doente com catapora. Se a pessoa tomar a dose até 72h do contato, as chances de estar imune à doença são altas.
Para evitar problemas graves, a dica é não coçar as lesões. "Caso contrário, pode-se abrir uma porta para infecção e, dependendo da bactéria, levar a uma internação".
Gregório e Fernanda não tiveram complicações. As primeiras lesões do menino apareceram nas costas. "No início, era apenas uma e até achei que fosse picada de mosquito", conta a mãe, Samara Fedato. "No dia seguinte surgiram mais três e elas foram parar no rosto e na boca".
As lesões persistiram por 15 dias e Gregório acabou transmitindo o vírus para a irmã, de 2 anos, que reagem bem ao tratamento. O caso dos irmãos comprova que a doença é altamente contagiosa.
Contagioso
90% de chances de ser contaminada tem uma criança se seu irmão estiver com catapora
Saiba mais

O que é?
Infecção viral altamente contagiosa, caracterizada pelo surgimento de pequenas lesões na pele. É uma das doenças mais comuns da infância. O doente pode ter febre, dor de cabeça e vômito. As lesões podem aparecer no couro cabeludo, boca, braços, costas e rosto.

Como tratar?
Crianças só devem voltar à escola depois que as lesões secarem. Pacientes internados devem ficar em isolamento. Em caso de febre, o paciente não pode usar antitérmicos com ácido acetilsalicílico.

Como evitar?
A vacina pode ser aplicada a partir dos 9 meses de idade. São duas doses ao custo de R$ 150, cada. A proteção também está disponível na vacina tetraviral, que previne contra sarampo, rubéola, caxumba e catapora. São duas doses ao custo de R$ 180, cada.

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