sábado, 6 de agosto de 2011

Riachos são tomados por lixo, entulho e obras suspeitas

Basta dar uma volta pelos riachos localizados no perímetro urbano de Maringá para encontrar as irregularidades. A reportagem de O Diário percorreu os principais fundos de vale da cidade e encontrou um cenário preocupante, com muito lixo e grandes construções a poucos metros dos riachos.
No fundo de vale do Ribeirão Nazareth, o problema maior não é o lixo, mas a invasão das margens. Em muitos pontos podem ser vistas casas, algumas de alto padrão, prontas ou em construção. Construtores que trabalhavam na área garantiram que as obras são legalizadas, apesar de estar dentro da margem mínima de 60 metros, conforme o que determina a Lei Federal nº 4.771/65.
Na margem direita do Nazareth, na altura do Jardim Lucianópolis, há um grande aterro sendo construído no lote identificado com o número 9.988.
No local, ontem à tarde, cerca de 10 homens usando máquinas pesadas construíam um mutro de arrimo de cerca de 5 metros de altura. A informação dos trabalhadores, que não souberam dizer a quem pertence a obra, é de que o local está sendo preparado para a construção de um prédio.
Rafael Silva
No fundo de vale do Ribeirão Nazareth, o maior problema é o depósito ilegal de lixo e entulho, amplamente utilizado por carroceiros
Na zona sul, o Córrego Moscados já foi um dos mais poluídos de Maringá, mas é um dos poucos em boa situação. Por ficar próximo de fábricas, um frigorífico e uma lagoa de tratamento de esgoto, além de uma área de desfavelamento (Conjunto Santa Felicidade), o córrego sofreu durante anos.
Hoje, livre do frigorifico e da lagoa, os moradores ainda reclamam da poluição, mas o córrego é um dos mais limpos e preservados da cidade.
Em alguns pontos, como no Córrego Morangueiro, nos fundos do Parque Alfredo Nyfler (Buracão), os depósitos de lixo parecem já terem sido oficializados.
"Por mais que a prefeitura limpe, em poucos dias tudo está aí de novo", reconhece Augusto de Campos, que mora a poucos metros de um dos depósitos.
Ele conta que sempre vê carroceiros despejando lixo no local. Ali estão sofás, eletrodomésticos, computadores, pneus, restos de materiais de construção e até tanques de lavar roupas. "Tem uma mudança inteiro aí", completa.

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